Medicamento Biológico entenda a diferença

Um medicamento biológico é bem diferente de um medicamento tradicional sintético como o paracetamol ou a aspirina. Na condição de paciente, é importante entender as consequências dessas diferenças. Os medicamentos tradicionais sintéticos são fabricados utilizando reações químicas que podem ser facilmente reproduzidas e bem controladas. Frequentemente trata-se de moléculas pequenas e estáveis. Sua estrutura pode ser completa e facilmente descoberta utilizando-se uma série de métodos analíticos.

O processo de produção dos medicamentos biológicos é muito mais complicado. São moléculas maiores e mais complexas. Como são feitas em organismos vivos tais como células animais, leveduras ou bactérias, sempre haverá algumas diferenças na composição dos medicamentos biológicos. Quando comparados com um medicamento sintético, é muito mais difícil descobrir a estrutura e composição totais de um medicamento biológico.

Medicamentos sintéticos tradicionais

Estrutura pequena e simples, fácil de caracterizar.

Homogêneos: todas as estruturas são idênticas, bem definidas e têm estruturas/propriedades químicas previsíveis; fáceis de reproduzir de forma exata.

  • Produzidos por meio de um processo de síntese química simples, passo a passo O medicamento pode ser produzido em dias.
  • Controles de qualidade necessários, mas somente no desempenho do produto final.
  • Geralmente estáveis durante períodos prolongados.

Medicamentos biológicos

Estrutura complexa de tamanho médio a grande, difícil de caracterizar.

  • Heterogêneos: estrutura mista, propriedades biológicas e estrutura menos previsíveis; difíceis de reproduzir de forma exata.
  • Produzidos por meio de um processo de síntese biológica utilizando células vivas modificadas através de processos de fermentação complexa
    e purificação. Ciclos de produção longos (semanas/meses).
  • Controles de qualidade são necessários durante o processo de fabricação e no desempenho do produto final.
  • Menos estáveis: mudanças nos processos de fabricação, tais como altas temperaturas ou armazenamento incorreto, podem levar à degradação do medicamento, afetando a segurança e/ou a eficácia.

Qual é o impacto dessas diferenças sobre o paciente?

Diferenças no impacto dos medicamentos sintéticos tradicionais e biológicos sobre os pacientes:

Medicamentos sintéticos tradicionais

  • Baixa probabilidade de causarem reação imune no corpo devido ao
    pequeno tamanho molecular;
  • Frequentemente administrado por via oral ou na forma de cápsulas;
  • Geralmente prescrito pelo clínico geral ou médico de cuidados primários;
  • Em geral, pode ser autoadministrado pelo paciente em sua residência.

Medicamentos biológicos

  • Maior probabilidade de causarem reação imune no corpo devido ao maior tamanho molecular e à composição;
  • Geralmente administrados através de injeção ou infusão, já que as proteínas são afetadas pelo sistema digestivo quando tomadas por via oral;
  • Geralmente usado para tratamento de doenças mais graves e frequentemente prescrito por especialistas;
  • Geralmente administrados no hospital com a ajuda de profissionais da saúde ou autoadministrados através de injeções subcutâneas.

Fonte: IAPO Américas

Entenda como é o desenvolvimento dos medicamentos biossimilares

Assorted pharmaceutical medicine pills, tablets and capsules on wooden bowl

Como são desenvolvidos os medicamentos biossimilares?

Os medicamentos biossimilares são desenvolvidos por meio de uma abordagem sistemática e passo a passo. O objetivo dessa abordagem é garantir que um medicamento biossimilar seja altamente semelhante ao produto de referência em termos de qualidade, segurança e eficácia.

Primeiro o produto de referência é definido utilizando-se ferramentas sofisticadas de análise e o conhecimento clínico existente. Emprega-se um processo de desenvolvimento e fabricação para o medicamento biossimilar buscando igualar a variabilidade do produto de referência. Depois que o produto é fabricado, ele é comparado com o de referência em um exercício de comparabilidade biossimilar.

Há três passos no exercício de comparabilidade

O primeiro busca mostrar que a qualidade é comparável. Nesse estágio, as qualidades físico-químicas e biológicas são comparadas por meio de uma série de testes analíticos.

O segundo passo é a comparabilidade não clínica. Isso inclui estudos de dosagem e a análise do que o organismo faz com o medicamento e o que este faz com o organismo em modelos animais adequados. O objetivo é detectar qualquer diferença entre o medicamento biossimilar e o produto de referência.

O terceiro passo é a comparabilidade clínica, no qual o medicamento biossimilar é testado em seres humanos em um ensaio clínico. Nesse estágio, também deve ser mostrado um perfil de segurança comparável em termos de gravidade e frequência de efeitos colaterais.

Estágios do desenvolvimento de um medicamento biossimilar.
Estágios do desenvolvimento de um medicamento biossimilar.

As comparabilidades não clínica e clínica dão a segurança de que qualquer diferença observada na esfera da comparabilidade de qualidade não terá impacto sobre a segurança e eficácia do medicamento biossimilar. Os dados clínicos não têm como objetivo mostrar os benefícios do medicamento, e sim garantir que qualquer diferença não terá impacto sobre sua qualidade e segurança.

A quantidade de dados não clínicos e clínicos necessários depende do quanto esses dados são completos e do produto ou tipo de produto. Muitas vezes os estudos clínicos para medicamentos biossimilares são menores e mais curtos do que aqueles sobre os produtos de referência.

Depois que todos os dados do exercício de comparabilidade tiverem sido coletados, são apresentados ao órgão regulador competente, junto com um plano de gestão de risco. Esse plano descreve o perfil de segurança do medicamento e esboça como o fabricante vai monitorar em mais detalhes e preencher qualquer lacuna nos dados com relação à segurança e eficácia.

O órgão regulador avaliará os dados de comparabilidade, o plano de gestão de risco e os planos de monitoramento depois que o medicamento for disponibilizado para decidir se o biossimilar deve ser aprovado.

Como são regulamentados os biossimilares e quem os regulamenta?

Os medicamentos biossimilares precisam de uma via regulatória diferente da via de um novo medicamento biológico ou de um genérico. A via é muitas vezes chamada de uma via abreviada de licenciamento, já que é uma versão mais curta da via utilizada para aprovar um medicamento biológico novo.

União Europeia abriu o caminho para a regulamentação e aprovação dos medicamentos biossimilares. Desde o Relatório informativo da IAPO de 2006 houve vários avanços em sua regulamentação mundialmente.

Principais perguntas a serem respondidas pelos reguladores ao considerarem a aprovação de um medicamento biossimilar:

  • Foram fornecidos os dados de todos os passos do exercício de comparabilidade (qualidade, não clínicos, clínicos)?
  • Foram realizados testes para possíveis reações imunes?
  • Foi elaborado um plano para gestão de risco após a aprovação?
  • Há um plano de farmacovigilância em vigor para detectar efeitos adversos?

Fonte: IAPO Américas

Entendendo os medicamentos biológicos

Biológicos ou biossimilares: O que está sendo prescrito para os pacientes?

O conhecimento do que estava sendo prescrito e a comutação entre os medicamentos foram identificados como motivos de preocupação para várias organizações de pacientes. Isso também foi mencionado por alguns reguladores e representantes do ramo.

A maior parte dos medicamentos genéricos são intercambiáveis com o produto original de marca, isto é, um paciente poderia substituir um pelo outro sem diferença no efeito. Isso acontece porque os medicamentos genéricos são bioequivalentes com relação aos seus originais e, portanto, não importa qual medicamento o paciente está tomando.

Como os medicamentos genéricos são intercambiáveis, podem ser substituídos pelo medicamento original de marca na farmácia pelo farmacêutico sem a necessidade de informar o médico ou o paciente.

Principais definições

Intercambialidade: prática de trocar um medicamento por outro que espera-se que atinja o mesmo efeito clínico em determinada situação clínica e para qualquer paciente, com o consentimento do prescritor.

Substituição: prática segundo a qual a farmácia distribui um medicamento em vez de outro equivalente e intercambiável, sem consultar o prescritor.

Substituição automática: prática segundo a qual um farmacêutico é obrigado a distribuir um medicamento em vez de outro equivalente e intercambiável devido a exigências nacionais ou locais, sem consultar o prescritor.

Comutação: decisão do médico responsável pelo tratamento de trocar um medicamento por outro com o mesmo objetivo terapêutico em pacientes submetidos a tratamento.

Substituições e substituições automáticas podem ser feitas para cortar custos. Também pode haver uma ligação com o reembolso, já que algumas empresas de plano de saúde só cobrem os custos do medicamento genérico mais barato em vez do medicamento de marca.

Medicamentos biossimilares são semelhantes ao seu produto originador em termos de qualidade, segurança e eficácia. Portanto, se devemos ou não considerar os biossimilares como intercambiáveis ainda é assunto de debate. Receios quanto à substituição automática e comutações feitas pelos pacientes entre produtos de referência e biossimilares, ou entre diferentes biossimilares, baseiam-se nas questões de rastreamento e relato.

Se um medicamento biossimilar foi substituído pelo produto de referência e o médico desconhece o fato, pode haver problemas de comunicação caso ocorra um efeito adverso. Para o monitoramento da segurança, os médicos devem ter total ciência do medicamento exato que seus pacientes estão tomando. Além disso, reações imunes a um medicamento biológico podem acontecer depois que um paciente utiliza o medicamento há bastante tempo.

Se a substituição automática ou comutações repetidas entre medicamentos ocorreram durante o tratamento, pode ser difícil identificar qual foi o produto responsável pelo efeito adverso.

“Eu não incentivo a substituição automática porque nós temos convicção de que o médico é quem deve tomar a decisão, já que ele é quem conhece melhor o paciente. Além disso, vai ser difícil rastrear qual medicamento o paciente de fato tomou; e como é que você pode fazer uma farmacovigilância adequada dessa forma?” Thomas Schreitmuller, Roche.

O Presidente do Grupo de Bioterapêutica da International Federation of Pharmaceutical Manufacturers & Associations (IFPMA) (Federação Internacional de Fabricantes & Associações Farmacêuticas) destacou que não se trata somente de uma questão de farmacovigilância.

Garantir a transparência na prescrição e distribuição de medicamentos é importante e os pacientes devem saber quais medicamentos estão tomando. As organizações de pacientes temiam a comutação depois de uma versão biossimilar de um medicamento ser disponibilizada para os pacientes. Vários interessados consideravam adequado que um paciente iniciasse um tratamento pela primeira vez recebendo uma versão biossimilar do medicamento (caso disponível) que foi prescrito.

Entretanto, a maioria das organizações de pacientes concordou que um paciente sendo tratado com um medicamento biológico não deve ter esse medicamento trocado para uma versão biossimilar sem seu conhecimento ou sem o conhecimento de seu médico.

“Esperamos que a disponibilidade de um medicamento biossimilar não leve as pessoas que estão tomando os biológicos a trocá-los, mas para um paciente que inicia com o biológico, uma alternativa mais barata ao medicamento original é um grande benefício”. Marc Boutin, National Health Council, USA (Conselho Nacional de Saúde dos EUA).

Na Europa, a EMA não avalia a intercambialidade ou substituição automática; a decisão é tomada individualmente por cada Estado-Membro. Vários Estados-Membros europeus forneceram orientação e vários criaram legislações para proibir a substituição automática sem o conhecimento de quem prescreve.

A OMS atualmente não oferece orientações quanto à intercambialidade ou substituição automática em suas diretrizes para a aprovação de medicamentos biossimilares e, mais uma vez, essa decisão deve ser tomada por cada país individualmente.

“Medicamentos biossimilares são semelhantes ao seu produto originador em termos de qualidade, segurança e eficácia. Portanto, se devemos ou não considerar os biossimilares como intercambiáveis ainda é assunto de debate.”

Fonte: IAPO Américas

Texto: Biored Brasil

Saiba como é a base regulatória mundial dos medicamentos biotecnológicos com foco nos biossimilares

Os pacientes podem ter certeza de que as diretrizes regulatórias em todo o mundo garantirão a qualidade, a segurança e a eficácia dos medicamentos biológicos?

É amplamente aceito que as diretrizes da OMS, EMA e FDA oferecem uma base sólida e completa para a aprovação de medicamentos biossimilares. Em todo o mundo, as autoridades regulatórias estão desenvolvendo ou aprimorando diretrizes para aprovação de medicamentos biossimilares e vias para enfrentar os desafios e oportunidades emergentes.

À medida que a biotecnologia avança e mais patentes de medicamentos biológicos expiram, um número maior de fabricantes em um número maior de países recorre a cópias dos medicamentos biológicos como uma maneira de aumentar a disponibilidade desses medicamentos aos pacientes. Muitos países estão desenvolvendo diretrizes para medicamentos biológicos e biossimilares.

Ainda que algumas autoridades regulatórias usem as diretrizes da EMA ou da OMS como referência, nem todas essas diretrizes preenchem todos os requisitos da OMS, o que compromete potencialmente a segurança dos pacientes. Por exemplo, as diretrizes em alguns países não exigem um exercício de comparabilidade completo para aprovação. Da mesma forma, existe uma preocupação de que, em alguns países em desenvolvimento, o processo de aprovação e o controle de qualidade pós-aprovação não sejam suficientemente rigorosos.

Além disso, alguns países (como o Brasil) que tomam como referência as diretrizes da OMS permitem duas vias de aprovação que exigem níveis diferentes de dados. Embora isso possa encorajar a produção local de medicamentos biológicos e reduzir o custo desses medicamentos, é difícil ter certeza de que os medicamentos aprovados possuem alta qualidade, segurança e eficácia.

Admite-se geralmente que um exercício de comparabilidade biossimilar completo, como descrito pelas diretrizes da OMS, é necessário para que um produto seja denominado biossimilar. As cópias dos medicamentos biológicos autorizadas sem um exercício de comparabilidade biossimilar completo são geralmente denominadas medicamentos biológicos não comparáveis.

Um exemplo é o Reditux, um biológico não comparável do anticorpo monoclonal rituximabe, usado para tratamento da artrite reumatoide e alguns tipos de câncer. Ele foi aprovado na Índia em 2007 com base em uma menor quantidade de dados de comparabilidade que o necessário para solicitação de aprovação na Europa e nos Estados Unidos e não se sabe se foi submetido a estudos clínicos.

Um desafio atual é saber o que fazer em relação aos medicamentos biológicos não comparáveis aprovados antes da introdução de vias regulatórias para aprovação de medicamentos biossimilares. Esta é a situação na Índia, que publicou suas diretrizes sobre biológicos similares em 2012, bem como em alguns países da América Latina, como o Peru, o Chile e a Colômbia.

Embora tenha havido progresso em termos regulatórios, há muito trabalho a ser feito para harmonizar os padrões globais de medicamentos biossimilares com os de agências reguladoras rigorosas como a OMS, a EMA e a FDA. Isso é para garantir que todos os pacientes receberão produtos de alta qualidade, seguros e eficazes.

Fonte: IAPO Américas

Quem pode ter acesso a medicamentos biológicos e biossimilares?

O acesso insuficiente a medicamentos biológicos e biossimilares foi destacado como um problema na consulta online e nas entrevistas por parte das organizações de pacientes em países desenvolvidos e em desenvolvimento.

“Em países de baixa renda, como o Peru, temos médicos que tratam com biossimilares e estão muito satisfeitos, mas as pessoas responsáveis pela parte financeira não têm interesse em continuar a usar esses medicamentos, já que são caros demais. Às vezes os biossimilares nem estão na lista de medicamentos aprovados.

É muito difícil ter acesso. Então mesmo que o paciente receba o diagnóstico correto, não receberá o medicamento. Na minha opinião, precisamos defender maior acesso, mostrando que os tratamentos com biossimilares estão funcionando.” Eva Maria Ruiz de Castilla, Esperantra, Peru.

Os seguintes aspectos estão entre as barreiras ao acesso a medicamentos biológicos e biossimilares que atendem aos requisitos da EMA, OMS e FDA:

  • alto preço dos medicamentos;
  • pouco conhecimento e compreensão por parte de governos, médicos e pacientes sobre que são os medicamentos biológicos e qual o seu valor terapêutico;
  • regulamentação inexistente ou insuficiente referente a medicamentos biológicos e biossimilares;
  • vontade política inexistente ou insuficiente de garantir o acesso a esses medicamentos;
  • métodos mais complexos de administração desses medicamentos;
  • dificuldades para diagnóstico, rastreamento e avaliação corretos.

Marc Boutin, do National Health Council (Conselho Nacional de Saúde) nos Estados Unidos, afirmou que, em seu país, apesar de os biossimilares poderem reduzir os custos, na maioria dos casos, essa redução não necessariamente beneficia o paciente, e sim a seguradora ou o responsável pelo pagamento.

Despesas pessoais com medicamentos biossimilares ainda permanecem bastante altas. Durhane Wong-Rieger, da Consumer Advocare Network (Rede de Defesa do Consumidor) no Canadá, declarou que a disponibilidade de um hormônio do crescimento biossimilar no Canadá não necessariamente aumentou o acesso ao medicamento pelos pacientes:

“Isso é muito triste, já que muitas pessoas também não têm direito ao hormônio do crescimento biossimilar, pois o seu hormônio do crescimento endógeno não é baixo o suficiente. A barreira não tem qualquer ligação com o biossimilar em si.” Durhane Wong-Rieger, Consumer Advocare Network (Rede de Defesa do Consumidor), Canadá.

A redução dos custos de um medicamento biossimilar pode depender de como o preço e o reembolso de um medicamento são decididos em um país específico, e da concorrência de preço entre os produtos que essas condições de acesso sustentam.

Na Europa, cada país decide de forma independente o valor terapêutico de um medicamento, seu preço e como ocorrerá o reembolso. Em seu documento de perguntas frequentes (FAQs), a Associação de Genéricos da Europa (EGA) explica que além de um acordo quanto a preços e reembolsos, é importante “garantir que médicos e pacientes compreendam por completo os benefícios do uso dos biossimilares como parte de sua prática e tratamento.

O acesso dos pacientes aos medicamentos biossimilares não é automático; ele exige que atitudes proativas sejam tomadas por todos os interessados”. Fatores geográficos e culturais também afetam a disponibilidade dos medicamentos biossimilares. Por exemplo, em algumas regiões ou países em desenvolvimento, as práticas de prescrição e distribuição de genéricos não são amplamente aceitas.

Isso significa que marcas mais caras são geralmente prescritas e distribuídas em vez de versões mais baratas que poderiam possibilitar o acesso de mais pacientes. Entrevistas com organizações de pacientes também revelaram que em muitos países em desenvolvimento a disponibilidade e regulamentação de medicamentos biológicos e biossimilares é uma questão política em vez de uma questão técnica. Muitas vezes os governos fornecem a opção mais barata de um medicamento, independentemente de este ser um medicamento biossimilar ou um medicamento biológico de seguimento não comparável.

Apesar de muitas organizações de pacientes terem explicado que o acesso a medicamentos não deve ser decidido somente com base em redução de custos, também destacou-se que os pacientes estão dispostos a tomar qualquer medicamento disponível para eles. Em situações nas quais o acesso aos medicamentos é limitado e o paciente tem uma doença potencialmente fatal, é provável que ele tome um medicamento que lhe foi oferecido mesmo que seja de baixa qualidade. Isso levanta a pergunta: ter algum acesso a medicamentos biológicos possivelmente de baixa qualidade é melhor do que não ter nenhum acesso?

Além disso, Eva Maria Ruiz de Castilla, do Peru, explica que a falta de instrução e conhecimento sobre medicamentos biológicos e biossimilares entre todos os interessados representava uma barreira ao acesso no Peru. Ela explicou que as autoridades enxergam todos os medicamentos biológicos, inclusive os biossimilares, como caros demais e não diferenciam entre os dois. Ela afirma ainda que as organizações de pacientes precisam defender o acesso a medicamentos biológicos e biossimilares buscando informações neutras para os responsáveis pela atenção em saúde.

Apesar de serem muitas vezes mais baratos que seu produto originador, os medicamentos biossimilares ainda são caros demais para vários países em desenvolvimento. É importante que as empresas farmacêuticas levem em consideração que diferentes abordagens de precificação são essenciais para os mercados em países em desenvolvimento e em países desenvolvidos para garantir o acesso a medicamentos biológicos e biossimilares. O Dr. Ricardo Garcia, da CLAPBio no Brasil, observou também que deveria haver mais investimento local em tecnologia. Isso possibilitará que os países desenvolvam seus próprios medicamentos biológicos e biossimilares de alta qualidade, seguros e eficazes.

Fonte: IAPO Américas

google-site-verification=BJSj3HuMjf00FElV8oWc_fi_PNyI2Y-1IYFRC6sfZ94
Fale Conosco
Suporte aos Pacientes
Olá, envie a sua mensagem para o nosso Programa de Suporte aos Pacientes