O XV Congresso Brasileiro de AVC debateu complicações e novas abordagens terapêuticas para a espasticidade pós AVC, principal causa de incapacidade no Brasil.
O Grupo de Apoio ao Paciente Reumático do Brasil (Grupar Brasil) e o Blog Artrite Reumatoide participaram da coletiva de imprensa organizada pela IPSEN para apresentação do Programa “Caminhos Pos-AVC – uma jornada de reabilitação “, realizada no dia 10 de outubro, em Florianópolis (SC). O evento reuniu especialistas de todo o país para discutir os desafios do tratamento e da reabilitação pós-acidente vascular cerebral (AVC), considerada a principal causa de morte cardiovascular e a maior causa de incapacidade no Brasil.
Segundo o Valor Econômico (2024) o AVC é responsável por mais de 100 a 120 mil mortes anuais no Brasil, ou 342 mortes por dia, o que representa a principal causa de morte de origem cardiovascular e a maior causa de incapacidade no Brasil. Logo, o AVC exige diagnóstico rápido e reabilitação adequada para reduzir sequelas e garantir qualidade de vida.
A apresentação trouxe à tona temas como diagnóstico precoce, prevenção, reabilitação e manejo das complicações mais comuns após um AVC, entre elas a espasticidade, rigidez muscular e dificuldade de movimentação que afetam até um terço dos pacientes. A espasticidade é uma complicação que aparece após o AVC, ocorre em aproximadamente 1 em cada 3 pacientes e pode surgir em até 3 meses após a alta hospitalar. Trata-se do aumento involuntário da contração muscular. Os músculos ficam mais rígidos, afetando braços e pernas, dificultando os movimentos e a postura do paciente.
A médica neurologista Dra. Simone Amorim explica que o AVC ocorre quando um vaso sanguíneo cerebral se obstrui ou se rompe, interrompendo a circulação de sangue e oxigênio em uma região do cérebro, o que leva à morte das células afetadas. “Tempo é cérebro, cérebro é vida”, alertou a Dra. Simone, destacando que o atendimento rápido é decisivo. “Quanto mais cedo o paciente recebe cuidados especializados, maiores as chances de recuperação e menores os riscos de sequelas”, acrescentou.
Segundo a neurologista Dra. Maramelia Miranda, presidente da Sociedade Brasileira de AVC, destacou que “a atuação rápida e eficaz do profissional de saúde faz toda a diferença para reduzir sequelas e salvar vidas”. A médica explicou que o tratamento da espasticidade deve ser multidisciplinar, cujo objetivo é restaurar a autonomia do paciente e melhorar sua qualidade de vida. “A espasticidade compromete a postura e os movimentos, afetando diretamente a independência nas atividades cotidianas. Mas é possível recuperar funções e superar limitações com o tratamento correto”, afirmou.
AVC em pessoas com doenças imunomediadas: atenção redobrada
Durante o congresso, a Dra. Maramelia Miranda também reforçou a importância de um olhar atento para pacientes com doenças imunomediadas, que apresentam risco aumentado de complicações cardiovasculares e inflamatórias. “Pessoas com doenças como lúpus, artrite reumatoide e esclerose sistêmica devem ter acompanhamento neurológico e vascular contínuo. O controle da inflamação sistêmica é essencial para reduzir o risco de AVC e garantir uma reabilitação segura, caso ele ocorra”, explicou.
A presença do Grupar e do BlogAR fortalece a participação social e a educação em saúde com o compromisso das entidades com informações corretas e científicas sobre o tratamento e a promoção da qualidade de vida de pessoas com doenças crônicas e raras. As organizações vêm atuando em ações de conscientização contribuindo para aproximar pacientes, profissionais e gestores na construção de políticas públicas mais inclusivas.
Para saber mais sobre prevenção e reabilitação pós-AVC, acesse: https://caminhosposavc.com.br
Cris Cirino.
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