A secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (SCTIE) do Ministério da Saúde, Fernanda De Negri, participou do 9º Fórum Científico promovido pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), em Belo Horizonte (MG). Em 2025, o tema do evento foi “Pesquisa clínica: avanços e perspectivas na rede pública de saúde”.
De acordo com a organização, o fórum promoveu um amplo debate sobre os desafios e as oportunidades da pesquisa clínica no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), reunindo autoridades, profissionais de saúde, pesquisadores e instituições de ensino e de governo.
No evento, Fernanda De Negri proferiu a palestra magna, na qual destacou a relação entre a realidade do SUS de hoje e a quarta revolução industrial, que impacta o setor Saúde demandando terapias avançadas, genéticas e personalizadas, além de avanços no campo da biotecnologia e o reposicionamento de fármacos, entre outros novos desafios.
Neste contexto, a secretária ressaltou a importância do investimento na pesquisa clínica para o país e o SUS, não só como uma forma de ampliar o acesso a novos tratamentos, melhorando a saúde da população, mas também como um mecanismo para alavancar e atrair investimentos, movimentando a economia e a geração de emprego e renda.
“A pesquisa no setor de saúde se dá na bancada das universidades, nas instituições de ensino, no tratamento dos pacientes nos hospitais, na testagem de novos medicamentos e terapias experimentais. Então, a pesquisa clínica é uma das grandes facetas da pesquisa em saúde. E traz uma série de benefícios, tanto para o país quanto para a saúde. Ela tem a capacidade de atrair mais investimentos, de gerar empregos, de gerar conhecimento e novas tecnologias, além de aumentar o acesso à saúde”, disse Fernanda De Negri.
Ao comentar o cenário global, a secretária informou que o Brasil participa com algo em torno de 2% (média) da pesquisa clínica mundial, ou seja, muito pouco, mesmo tendo a 7ª maior população do mundo, a 9ª posição entre os maiores mercados farmacêuticos, o 9º maior PIB do planeta e compor o grupo dos 10 países com mais empresas farmacêuticas instaladas.
No ranking mundial, liderado pela China e Estados Unidos, atualmente o Brasil ocupa o 20º lugar na realização de pesquisa clínica, atrás de países com menor porte populacional, como Turquia, Holanda, Polônia e Egito, entre outros.
Mas, pelas características do país, a secretária acredita que o Brasil tem plenas condições de se tornar uma nação líder nos estudos clínicos, uma vez que contamos com instituições de pesquisa, profissionais qualificados, capacidade d0e integração de dados do SUS e biodiversidade. E dados mostram a estreita relação entre avanços no campo científico e desenvolvimento das nações.
“Temos muito potencial para aumentar a participação na pesquisa. Os países que estão à frente da pesquisa clínica mundial são os mesmos que estão à frente da produção de ciência e tecnologia em saúde”, completou Fernanda.
Durante a palestra, a secretária destacou, ainda, os desafios das novas fronteiras tecnológicas, orçamento na saúde e sustentabilidade do SUS, além de dedicar uma parte da apresentação para falar da nova legislação de pesquisa clínica com seres humanos. Sobre este tema, Fernanda afirmou que é papel do Estado regular atividades em saúde, incluindo a pesquisa clínica.
Além de compor a mesa de abertura do evento e de proferir a palestra magna, a secretária participou, junto com a presidenta da Fhemig, Renata Dias, de uma rodada de homenagens a profissionais cuja atuação contribuem para o avanço da ciência, em áreas de gestão, pesquisa e inovação.
Visita técnica
Antes da participação no 9º Fórum Científico promovido pela Fhemig, Fernanda De Negri realizou uma visita técnica às instalações da Biomm, em Nova Lima (MG), que recentemente entregou o primeiro lote de insulina glargina adquirido por meio de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). Foram entregues 2,1 milhões de unidades, que reforçam o estoque do SUS para o tratamento de pessoas com diabetes tipos 1 e 2. A entrega marca um avanço estratégico para fortalecer a produção nacional de medicamentos e reduzir a dependência do mercado externo.
Com transferência de tecnologia do medicamento para o laboratório público de Bio-Manguinhos (Fiocruz), o produto passará a ter produção nacional, com fabricação viabilizada pela empresa brasileira de biotecnologia Biomm. Atualmente, a propriedade é da farmacêutica chinesa Gan&Lee.
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