Técnicos dos estados participaram da reunião da Câmara Técnica do Conass de Assistência Farmacêutica (CTAF), realizada ontem e hoje (18), em Brasília. Coordenado pelos assessores técnicos Heber Dobis e Henrique Vogado, o encontro teve como foco o cenário do câncer no Brasil e a diluição de medicamentos oncológicos.
A reunião contou com a presença da coordenadora técnica do Conass, Rita Cataneli, que ressaltou o desafio de transformar a política de oncologia em realidade nas 27 diferentes realidades estaduais, destacando a importância da união e do apoio mútuo. “É importante que as secretarias de saúde apresentem suas experiências em relação ao tema, para fortalecermos a troca de conhecimento e tornarmos o debate mais rico”, afirmou.
Também participou José Barreto, diretor do Departamento de Atenção ao Câncer do Ministério da Saúde, que apresentou um panorama histórico da doença e abordou os principais desafios no tratamento, como a ausência de uma rede de serviços estruturada, a fragmentação do cuidado e a entrada tardia dos pacientes no sistema. Ele destacou ainda que, diferentemente do observado em países desenvolvidos, no Brasil entre 60% e 70% dos casos chegam aos serviços já nos estádios 3 e 4.
Outro ponto enfatizado por ele, foi a importância das normativas pactuadas de forma tripartite, como a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, a Portaria de Navegação e a Portaria F1, como parte fundamental da construção da rede, trabalho que considera o mais relevante de sua trajetória profissional.
Eliana Guadalupe, gerente de materiais e medicamentos do A.C.Camargo Cancer Center, apresentou a recente ampliação do envolvimento da instituição com o Sistema Único de Saúde e o interesse da diretoria em fortalecer essa colaboração.
Ao compartilhar dados institucionais, relatou que o hospital prepara cerca de 5.500 bolsas de quimioterapia e imunoterapia por mês e atende aproximadamente 3.200 pacientes. Ela explicou que a elaboração dos planejamento, incluindo a área quimioterápica, demanda integração entre farmacêuticos e engenheiros, já que o tratamento representa um custo significativo e um pilar essencial no orçamento, exigindo constante busca por eficiência.
Eliana também destacou a responsabilidade da assistência farmacêutica na otimização de recursos para melhorar os desfechos dos pacientes. Ao detalhar a logística de atendimento, informou que o serviço abrange dois endereços de internamento e dois de ambulatório, incluindo unidades com quimioterapia ambulatorial e interna. Entre as estratégias adotadas, apresentou a “agenda smart”, um sistema inteligente de agendamento que organiza a programação dos medicamentos considerando diferentes frequências de administração e garantindo atendimento contínuo, de segunda a segunda, para pacientes internados e ambulatoriais, evitando perdas de dose.
O grupo debateu ainda, juntamente com representantes do Ministério da Saúde, os componentes da Assistência Farmacêutica e o planejamento de ações para 2026.
Fonte: NK Consultoria com informações do site CONASS
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