Obesidade e doenças reumáticas: o que precisamos saber?

Que a obesidade é um fator de risco para diversas doenças todo mundo sabe. Mas talvez algo que não seja tão abordado entre os pacientes é que ela pode piorar e muito a vida de quem convive com doença reumática. 

Isso porque a obesidade está associada à progressão mais rápida, por exemplo, da artrite reumatoide, além de causar sobrecarga nas articulações, que podem piorar a execução de tarefas simples, como andar e se movimentar no dia a dia. Por isso, perder peso merece atenção especial no tratamento desses pacientes. 

Confira abaixo algumas informações importantes que podem te ajudar nessa jornada!

Obesidade piora a função mecânica em quem tem doença reumática 

Segundo o reumatologista, Flávio Petean, a obesidade pode piorar o quadro da doença reumática como um todo, desde a parte mecânica até a inflamatória. “Se o paciente, por exemplo, tem artrose de quadril, joelho, tornozelos, pés ou coluna, o excesso de peso é muito prejudicial, piorando a parte mecânica dele. Além disso, os pacientes que têm obesidade possuem um estado inflamatório pior do que uma pessoa que não tem a doença, aumentando o risco de doenças cardiovasculares, como AVC, infarto e trombose”, explica. 

Quem faz uso de corticoides também deve redobrar os cuidados, já que o medicamento pode contribuir para o aumento de peso, dificultando o emagrecimento. Nesses casos, o especialista destaca a importância de se fazer uma alimentação com maior restrição de alimentos calóricos e gordurosos, como açúcar, frituras e massas, para evitar um ganho maior de peso. 

Perder 10% do peso já traz inúmeros ganhos para o paciente 

A obesidade vem aumentando no mundo todo. Só no Brasil, aumentou 72% nos últimos 13 anos. Atualmente, 55% da população têm excesso de peso e 20% lida com a obesidade. Longe de ser “falta de força de vontade” ou “preguiça ou relaxamento”, a obesidade é doença crônica, assim como o diabetes e a hipertensão arterial. 

O tratamento deve ser multidisciplinar incluindo acompanhamento com nutricionista, endocrinologista, educador físico e muitas vezes psicólogos e psiquiatras, entre outros profissionais. 

A redução do peso, além de contribuir para melhora da doença reumática, também previne o aparecimento de outras comorbidades comuns nesses pacientes, como diabetes, hipertensão e complicações cardiovasculares. 

Por outro lado, sabemos que reduzir o peso está longe de ser uma tarefa simples, que exige muito mais do que apenas “fechar a boca”, como o senso comum diz.  A boa notícia é que a perda de peso não precisa ser tão expressiva para se ter resultados na saúde. Segundo estudos, eliminar 10% do peso já pode trazer inúmeros benefícios, reduzindo a pressão arterial, a glicemia e prevenindo doenças. 

Como buscar ajuda para tratar a obesidade

Além da reeducação alimentar, a atividade física é super importante não só para perda de peso, como para melhora de qualidade de vida e do quadro da doença reumática. Medicamentos para perda de peso e a cirurgia bariátrica podem ser opções no tratamento da obesidade e devem ser discutidos com o médico que acompanha o paciente. 

Cuidar da saúde mental também se faz importante, já que muitos fatores emocionais podem contribuir para o ganho de peso, como também podem dificultar o enfrentamento da obesidade. 

De olho nisso, converse com a sua equipe médica, busque ajuda e saiba que enfrentar a obesidade não precisa ser um sofrimento, mas um caminho a ser trilhado para uma melhor qualidade de vida. 

Referências:

Os efeitos da obesidade na progressão da artrite reumatoide – Abeso

Obesidade | Biblioteca Virtual em Saúde MS (saude.gov.br) 

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