Covid-19 nos Estados Unidos, América Latina e Europa: como está a cobertura vacinal? 

O cenário de atenção aos pacientes imunossuprimidos na pandemia por Covid-19 foi destaque no segundo dia do BioSummit Brasil, encontro anual da Biored Brasil, que aconteceu nos dias 29 e 30 de novembro. 

Trazendo perspectivas dos pacientes dos Estados, Europa, América Latina e Brasil, especialistas discutiram sobre a importância da ampliação da proteção contra a Covid-19 e do tratamento adequado dos pacientes imunossuprimidos contaminados pelo coronavírus. 

51% não sabiam se podiam receber vacinar de diferentes laboratórios 

Mesmo após dois anos do início da pandemia do novo coronavírus, a falta de informação clara e objetiva sobre a vacinação ainda prejudica a vida dos pacientes imunossuprimidos.  De acordo com uma pesquisa realizada em janeiro de 2022 com 400 pacientes de diversos países da Europa, entre eles Alemanha, Itália, Espanha, França e Reino Unido, cerca de metade dos entrevistados admitiram não ter certeza sobre a diferença entre uma terceira dose e reforço e se eles precisam desse novo esquema vacinal.  

Realizada de forma online pela Global Alliance for Patient Access (GAfPA), uma entidade internacional sem fins lucrativos, a pesquisa focou em entender como pacientes com doenças autoimunes, como artrite reumatoide, esclerose múltipla e lúpus lidaram com a pandemia e com a vacinação.  “A pandemia gerou um custo emocional muito grande: 48% dos respondentes disseram ter tido crises de ansiedade, 24% se sentiram frustrados e 19% deprimidos”, conta Monik Amorim, representante da entidade. 

Em relação ao tratamento da doença de base, apenas 55% responderam que foram informados de que seus medicamentos podem enfraquecer o sistema imunológico. E 16% do grupo não foram vacinados ou estão parcialmente vacinados, por falta de informação e preocupados com efeitos colaterais da imunização. Outro dado que chamou atenção da pesquisa é que mais da metade (51%) não sabia se poderia receber vacinas de diferentes laboratórios.  “Eles relataram que a principal fonte de informação que utilizaram para saber mais sobre a vacina foi por meio dos profissionais de saúde, ou seja, precisamos capacitá-los melhor para espalhar informações sobre a vacina”. 

Taxa vacinal nos Estados Unidos é menor do que na Europa

A mesma pesquisa foi realizada com pacientes nos Estados Unidos e trouxe um cenário um pouco diferente. Cerca de 71% dos norte-americanos foram totalmente vacinados, contra 84% dos europeus. Por outro lado, mais de 70% estavam conscientes de que ter um sistema imunológico enfraquecido podia aumentar a chance de ficar gravemente doente, contra 51% dos europeus. 

Em relação à terceira dose da vacina, 82% dos respondentes disseram que os pacientes precisam estar mais conscientes sobre a necessidade da imunização. “Quase 90% dos entrevistados disseram que as mensagens que receberam sobre a vacinação foram confusas e prejudicaram a tomada de decisão de se vacinar ou não”, explica Monik.  “Além disso, as pessoas querem saber como a medicação que está tomando afeta sua imunidade”. 

A entidade entende que as informações precisam ser melhor trabalhadas e divulgadas. “Quando se trata de informações sobre a Covid-19, as informações precisam ser claras, corretas, concisas, centralizadas e customizadas de acordo com as necessidades de cada paciente”. 

Confira a apresentação de Monik Amorim da Global Alliance for Patient Access (GAfPA): https://youtu.be/GQQF_MaGKjY

Mais de 80% no Brasil receberam a primeira vacina 

Para contextualizar a realidade da pandemia pela Covid-19 na América Larina, Bárbara Furtado, diretora médica de vacinas e doenças infecciosas da AstraZeneca trouxe um panorama sobre como está a situação na região. Mesmo após dois anos de pandemia, os principais desafios ainda envolvem a dificuldade de conter o avanço do vírus, a cobertura vacinal e lidar com as sequelas da condição, já chamada de Covid-19 longa. “Avançamos em muitas áreas na Medicina, mas ainda sim não fomos capazes de conter um vírus. A gente ainda tem espaço para melhorar em políticas públicas e em acesso à informação de qualidade e transmissão para a população”, conta a médica. Confira a íntegra da apresentação: https://youtu.be/8H1oL5lCokE  

O Brasil, que ocupa o ranking com maior número de casos da região, já apresenta 87% da população vacinada com pelo menos uma dose e 55% com três doses. Apesar de, novamente, vivenciarmos um avanço na taxa de infecção, o número de mortes não acompanha esse crescimento. O que mostra que a vacinação tem cumprido com o seu papel de evitar a gravidade da doença e que deve-se continuar incentivando a imunização. 

Mas, quando se trata de pacientes imunocomprometidos, todo cuidado é necessário. “Esse grupo responde pior ou de uma forma menor à vacina, porque o próprio tratamento influencia na forma de como combater os vírus e bactérias”, explica Bárbara. Mesmo em pessoas imunocomprometidas vacinadas, ainda há risco de internação e de desenvolver sintomas graves da Covid-19, por isso as medidas de segurança devem ser continuadas, como o uso de álcool em gel e máscaras de proteção. 

A recomendação nacional para todos os pacientes acima dos 40 anos é de receber uma quarta dose da vacina. Em relação à quinta dose ela também já está sendo oferecida para pessoas imunossuprimidas acima de 18 anos que tomaram a quarta dose há pelo menos quatro meses. “As vacinas salvam vidas e são seguras, inclusive em pacientes imunossuprimidos. Por isso, é importante continuarmos vacinando”, reforça o pedido a representante da AstraZeneca. 

Números da pandemia na América Latina

México

  • Março de 2022 a novembro de 2022 
  • Terceiro país latino-americano com maior número de casos confirmados, atingindo mais de 7 milhões de casos. 
  • Em outubro de 2022, 76% da população mexicana recebeu uma dose da vacina. 

Colômbia

  • Quarto país latino-americano com maior número de casos confirmados:  6,3 milhões de casos 
  • 83% da população com uma dose de vacina 

Argentina

  • Segundo país no ranking de maior número de casos: 9,7 milhões de casos
  • 91% da população vacinada com uma dose da vacina 

Brasil 

  • Primeiro no ranking de número de casos na região: 34 milhões de casos acumulados 
  • 87% da população vacinada com uma dose da vacina \55% da população com 3 doses da vacina

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Novas perspectivas terapêuticas para a prevenção e tratamento do coronavírus

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