Medicamento para anemia grave ganha ampliação de uso no SUS

O eltrombopague é um medicamento anti-hemorrágico e age induzindo a produção de plaquetas na medula óssea e o aumento da contagem de plaquetas no sangue

O Ministério da Saúde ampliou o uso do eltrombopague para o tratamento adicional a imunossupressor em pacientes adultos com anemia aplástica grave no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de uma doença das células localizadas na medula óssea, e que se caracteriza pela incapacidade de renovação das células do sangue, causando diminuição de glóbulos vermelhos (envolvidos no transporte de oxigênio no sangue), glóbulos brancos (componentes de defesa do organismo) e plaquetas (relacionadas à coagulação do sangue). O eltrombopague é um medicamento anti-hemorrágico e age induzindo a produção de plaquetas na medula óssea e o aumento da contagem de plaquetas no sangue. No SUS, o medicamento já está disponível para o tratamento da púrpura trombocitopênica idiopática (PTI), uma doença autoimune. Para a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), responsável por analisar a tecnologia, além de evidências que demonstraram eficácia e segurança, o medicamento mostrou-se custo-efetivo, representando economia de recursos para a rede pública de saúde.

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A anemia aplásica é uma doença grave que necessita de diagnóstico e tratamento precoce. Para o diagnóstico de anemia aplástica grave (AAG), a proporção entre as células formadoras de sangue e células adiposas na medula óssea deve ser inferior a 30% e o paciente deve possuir pelo menos dois tipos de células sanguíneas (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e/ou plaquetas). O tratamento conta com transplante de medula óssea ou terapia imunossupressora, que é utilizada para modular a resposta imune do organismo. O uso de imunoglobulina antitimócito e ciclosporina é o tratamento padrão preconizado para pacientes adultos ou crianças, não candidatos a transplante de medula óssea. Transfusão de plaquetas em pacientes com baixa contagem de plaquetas e sangramento ativo ou febre e a transfusão de hemácias (glóbulos vermelhos do sangue) na presença de sintomas anêmicos também estão entre os recursos indicados no protocolo que orienta como deve ser feita a assistência aos pacientes no SUS.

A tecnologia possui registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com as seguintes indicações:

  • a) tratamento de pacientes adultos e pediátricos com púrpura trombocitopênica idiopática (PTI);
  • b) tratamento de primeira linha de pacientes adultos e pediátricos acima de 6 anos com Anemia Aplásica Severa (AAS) em combinação com terapia imunossupressora;
  • c) tratamento adultos com AAS, baixa resposta à terapia imunossupressora prévia e inelegíveis ao transplante de medula óssea.

No Brasil e no mundo

A taxa de ocorrência de casos novos da doença na população europeia é de 2,34 casos por milhão de habitantes, sendo maior nas populações asiáticas. No Brasil, a taxa de casos novos é semelhante, com aproximadamente 2,4 casos por milhão de habitantes. Os casos novos da doença costumam apresentar maiores taxas na população entre 14 e 25 anos e em pessoas acima de 45 anos de idade. Os sinais e sintomas da anemia aplástica incluem cansaço, fraqueza e fadiga associados a anemia, sangramentos relacionados ao baixo nível de plaquetas no sangue, além do aumento de infecções por fungos e bactérias devido ao número reduzido de glóbulos brancos no sangue.

Fonte: Conitec

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