Município atribui problema a atrasos no fornecimento pela Secretaria da Saúde do Estado, que por sua vez, culpa o Ministério da Saúde
Medicamentos de alto custo, usados continuamente, e que são essenciais no tratamento de doenças crônicas graves estão em falta na rede pública de Saúde de Barbalha, a 506 km de Fortaleza. A informação foi confirmada pela própria Secretaria de Saúde do Município. A pasta atribui o problema a atrasos no fornecimento dos remédios, que são comprados e distribuídos pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).
Segundo a coordenadora municipal de assistência farmacêutica, Caroline Macedo, o desabastecimento atinge medicamentos como isotretinoína (roacutan), indicado para casos de acne severa, e quetiapina, usado no tratamento de pacientes com transtorno bipolar e esquizofrenia.
“São remédios financiados pelo Estado e pelo Ministério da Saúde. Nós apenas fazemos o pedido e repassamos aos pacientes. Pelo que a gente tem conhecimento, é um problema geral, em todo o Ceará, devido a essa irregularidade na entrega pela Secretaria da Saúde”, justificou Caroline, em entrevista à jornalista Nildênia Damasceno, da rádio CBN Cariri.
Segundo a coordenadora, parte dos medicamentos em falta são enviados pela Sesa ao município a cada trimestre, mas em quantidades insuficientes para atender a demanda. “Nós recebemos alguns medicamentos, pela pactuação, trimestralmente. A última remessa chegou entre o fim de outubro e começo de novembro, mas já são registradas algumas faltas. Estamos fazendo o possível, dentro do que nos cabe, para resolver esse problema, inclusive realizando algumas compras com recursos próprios do município”, explicou.
Dos remédios ausentes no estoque, o mais procurado é a quetiapina, com preço que pode chegar a R$ 226 por caixa (30 comprimidos). De acordo com Caroline, no caso específico deste medicamento, a Prefeitura efetuou compra direta e aguarda a chegada dos lotes até a próxima terça-feira, 11. Também foram feitas aquisições de medicamentos antidepressivos, como paroxetina, sertralina, e venlafaxina, que estão indisponíveis nos estoques da Farmácia Central do município desde o fim de dezembro.
Procurada pelo O POVO, a Sesa negou que haja desabastecimento de remédios de alto custo no Ceará atualmente. Sobre o isotretinoína, a pasta informou que a distribuição foi regularizada no mês passado. Já em relação ao quetiapina, a Secretaria alega que a aquisição é de responsabilidade do Ministério da Saúde, a quem cabe a gestão do “Componente Especializado da Assistência Farmacêutica”, programa de acesso a medicamentos, em nível ambulatorial, mantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Para não deixar os pacientes desassistidos, a Sesa fez uma aquisição para atendimento neste mês, que está em processo de distribuição, evitando assim que os pacientes fiquem desassistidos até que o abastecimento por parte do Ministério da Saúde se regularize”, justificou a Secretaria.
O POVO enviou um pedido de esclarecimento ao Ministério da Saúde, mas não houve resposta até o fecham
Fonte: Portal O Povo.